O tradicionalista gaúcho orgulha-se de ser descendente do "índio charrua" independente e lutador. A imagem do índio deitado no cavalo com a lança em riste lutando contra os portugueses se associa à dos Farrapos se insurgindo contra a coroa. Essa imagem revela uma faceta característica do gaúcho comum: o orgulho derivado da ignorância. Basta ir ao dicionário para saber que a palavra charrua designa o arado de madeira puxado por um animal (e guiado por outro).
Para o gaúcho, o Rio Grande é o mundo, porque ele desconhece o resto. A mais bela rua do mundo está em Porto Alegre, só em Uruguaiana se pode pisar em dois países ao mesmo tempo e outras bobagens que já li e ouvi até mesmo publicadas na Zero Hora - o melhor jornal do mundo.
Pois bem, se a charrua é o arado, o índio deriva seu nome da ferramenta que empurrava de um lado enquanto o boi puxava do outro. Ambos animais domesticados pelo jesuíta espanhol. Vá se orgulhar de empurrar arado para patrão! Lá isso é símbolo de bravura e independência?