De qualquer forma, a doutrina teológica do imanentismo nega a existência de influências transcendentais sobre o mundo (não sobre o homem).
A enciclopédia ensina que imanente é um termo usado em contradistinção a transcendente (in-manere: permanecer em si, ficar ou lidar dentro de si). Imanente refere-se ao fato ou condição de estar completamente compreendido dentro de algo. O uso mais importante do termo é teológico, na doutrina estóica de Deus como sendo a Natureza, existindo no e através do mundo criado, onde criador e criatura se confundem. Neste sentido, o imanentismo se opõe ao teísmo, que concebe Deus como um criador separado e acima do universo.
A filosofia transcendental petende basear-se apenas na razão pura, desprezando a observação e a análise de fatos objetivos dados pelos sentidos. O idealismo platônico é um transcendentalismo, afirmando a realidade última das idéias puras e considerando o mundo material apenas como aparência ou simulacro, uma instãncia inferior e derivada das essências que estão no mundo das idéias.
Ora, o acesso às idéias puras só pode se dar através de um olhar para dentro, que silencie os sentidos e busque apenas a intuição. Subjetivismo radical. Voltamos então à expressão de Ferry: a transcedência original (o idealismo platônico) só é possível através de um mergulho radical no eu. Em mim o mundo e, mais além do mundo o todo, a esfera das idéias fixas.